Para começar, tudo vai depender do que se queira ver e os objetivos de cada um. O entorno de Madri é muito bonito e oferece infinitas possibilidades de passeios e entretenimento. Se o objetivo for conhecer apenas Madri capital, não resta dúvidas de que utilizar o sistema público de transporte é a melhor opção. Mover-se pelo centro de Madri de carro é caro e (propositalmente) complicado. Já para os queiram explorar os arredores da capital, a opção de alugar um carro pode ser uma boa ideia.
Desde a implementação do chamado “Madrid Central”, o que já era difícil ficou ainda pior. Com o objetivo de melhorar a qualidade do ar na cidade, o “Madrid Central” na prática representar um verdadeiro combate à mobilidade em veículos privados. Diversas restrições, pedágios e a obrigatoriedade de utilizar estacionamentos públicos caros em determinadas áreas são medidas que desencorajam qualquer motorista. Isso não é uma exclusividade de Madri e representa uma tendência que está sendo implementada em quase todas as grandes metrópoles do mundo.
A resposta para essa pergunta depende de muitos fatores. Se o objetivo for conhecer somente a cidade de Madri, certamente locomover-se de carro não seria uma boa opção. Por outro lado, se o viageiro tiver interesse em conhecer o entorno da capital, o que é altamente recomendável, alugar um carro pode ser uma opção a ser levada em conta. É verdade que explorar o entorno de Madrid em transporte público não só é possível, como também é recomendável. Os trens (e os ônibus interurbanos também) além de oferecerem uma experiência de viagem bacana, permitem conhecer a maioria da cidades patrimônio da humanidade com uma relativa facilidade.
No entanto, viajar de carro permite o deslocamento entre as cidades de forma muito mais fácil, caso se queira explorar mais de um lugar no mesmo dia, por exemplo (isso é extremamente viável, principalmente nos de verão que tem mais tempo de luminosidade). Por exemplo, você pode ir pra Segovia em trem de Alta Velocidade, o que por si só já é bastante interessante. No entanto, se você for de carro pra Segovia, pode fazer paradas no Porto de Navacerrada e na Granja de San Idelfonso. Da mesma forma, pode ir pra Aranjuez em trem de cercanías, mas se for carro pode incluir Chinchón no seu roteiro.
Por falar em Chinchón, Madri tem dezenas de vilarejos e povoados que valem muito a pena conhecer. Neste post eu listei alguns dos povoados mais bonitos da região Madri e arredores. Além de povoados, vale mencionar também as lindas estradas de montanha e os parques naturais que, naturalmente, só são acessíveis de carro.
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Mesmo que você decida não alugar um carro e apesar de (quase) todo mundo utilizar GPS hoje em dia, é interessante entender a lógica dos anéis rodoviários e autopistas radiais de Madri. No centraço de Madri, em plena praça “Puerta del Sol”, existe um marco grafado no chão que a maioria dos turistas fotografam mas poucos entendem realmente o significado. E é sobre isso que eu queria terminar esse post, já que entender o Marco 0 (ou Km 0) é entender o conceito urbanístico de Madri e, porque não, da região central da Espanha.
Não por acaso, a capital da Espanha está estrategicamente localizada no centro do país. Em sintonia com essa localização privilegiada, estão as principais autopistas que partem de Madri em direção a importantes cidades do país. O marco 0 representa o início de cada umas dessas autopistas: A1 (Burgos), A2 (Zaragoza), A3 (Valência), A4 (Córdoba), A5 (Badajoz) e A6 (La Coruña). Com o crescimento da cidade, essas estradas foram se transformando em ruas no perímetro urbano atual. Por exemplo, a famosa e mais extensa rua da cidade, a Calle Alcalá, nada mais é do que a A2. A calle Alcalá se transforma em autopista na altura do aeroporto de Barajas, e seguem com destino a Zaragoza. O traçado das 6 autopistas pode ser observado no mapa desenhado no marco 0.
Já os anéis rodoviários são outro elemento importante no entendimento do desenvolvimento urbano de Madri. Atualmente a cidade conta com 4 anéis rodoviários: M30, M40, M45 e M50. Certamente algum dia houve anéis M10 e M20 mas estes foram engolidos pela cidade e se transformaram em ruas do centro de Madri. A M30 atualmente é o primeiro anel e o que delimita a região central dos bairros mais afastados do centro. A M30 representa uma espécie de fronteira psicológica da cidade, influenciando inclusive no valor do mercado imobiliário. A área interior da M30 é conhecido como “almendra”, devido ao formato parecido ao de uma amêndoa. Estar de um lado ou de outro de uma das pontes da M30 faz toda a diferença, ainda que a distância seja de apenas poucos metros.
Pode-se dizer que o segundo anel rodoviário, a M40, delimita os bairros da capital com os municípios vizinhos, enquanto que a M45 e a M50 já se encontram fora dos limites urbanos de Madri capital. A chave para entender a lógica do deslocamento pelos anéis rodoviários está nos pontos de confluência destes com as autopistas radiais. Me lembro que quando dirigi em Madri pela primeira vez achava engraçada as sinalizações com a indicação “Todas as Direções”. Após entender o significado, tudo passou a fazer sentido. Sempre que um dos anéis cruza com uma autopista, existe a possibilidade de pegar qualquer sentido tanto do anel quanto da autopista. Além disso, a autopista serve de referência quando se está no anel e vice versa. Por exemplo, é o número da autopista que vai indicar o sentido que se deve tomar quando se entra num anel. Ainda que o seu objetivo não seja ir para a autopista em questão, é ela que vai te indicar se você vai para o sentido norte ou sul, por exemplo.